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sábado, 15 de setembro de 2012

Bandeira do RS

"Segundo alguns autores, a bandeira foi desenhada em Buenos Aires, por Tito Lívio Zambeccari, republicano italiano que veio para o Rio Grande do Sul e lutou ao lado dos revolucionários, sendo braço direito do General Bento Gonçalves. Dante de Laytano, em sua obra História da República Rio-grandense, diz que a bandeira foi desenhada por João de deus, um republicano paulista.
Ainda sobre a bandeira republicana, discute-se muito o significado de suas cores, entre os tantos significados que atribuem, nós preferimos o que foi editado em 21 de Fevereiro de 1837, no jornal da época, chamado "O Republicano", que consta na obra da Revolução Cisplatina, de Alfredo Varela. Diz a nota, que o verde significa a esperança republicana de manterem a sua independência, o amarelo é um sinal de firmeza e resolução nos seus planos e o vermelho o prenúncio que lutarão contra quaisquer que o queira dominar. O Vermelho é a cor republicana.
Sobre o brasão da bandeira republicana também existem muitas controvérsias, porém, achamos que Walter Spalding, em sua obra supracitada, explica com clareza como era o verdadeiro brasão da bandeira republicana. Ele diz que o referido brasão é composto de um escudo em lisonja partida em pala de sinople. Em um paralelogramo de ouro, inscrito na parte média do escudo, um barrete frígio vermelho, sobre um punhal ou sabre, posto em pala, tendo aos lados dois ramos de louro e de erva mate. Na parte superior do escudo, uma roseta amarela e outra na parte inferior. Aos lados da lisonja, assenta sobre uma colina verde, duas colunas amarelas, também assentadas sobre colinas verdes. O todo é inscrito (inserido), num oval azul orlado de amarelo. Ao redor desse brasão, são vistos os troféus de armas e quatro bandeiras republicanas, sendo duas de cada lado, tal como a criada pelo decreto de 12 de Novembro de 1836.
Como vimos, nenhuma palavra ou frase constava no verdadeiro brasão republicano. Os dizeres: Liberdade, Igualdade e Humanidade, que aparecem nas bandeiras oficializadas a partir de 1891, nunca fizeram parte do verdadeiro brasão republicano que descrevemos.
Dois fatos no entanto devemos deixar claro, o primeiro nos dá conta que esses dizeres foram usados pelos republicanos, a partir de 1839. As comunicações feitas pelos republicanos que ocuparam Santa Catarina e proclamaram a República Juliana, começavam sempre por: Liberdade, Igualdade e Humanidade. O Outro fator diz respeito ao brasão, que apesar de ter oficialmente existido durante a revolução republicana, ele jamais foi empregado como parte integrante da bandeira oficial. Ou seja, ela nunca se afastou daquele decreto de 12 de Novembro de 1836, pelo qual fora criado. Portanto, a bandeira republicana surgiu em 1836, era quadrada, contendo aquelas cores já referidas e sem o brasão, embora este existisse oficialmente.
A propaganda republicana tomou força a partir de 1891, e seus propagandistas acrescentaram, além das palavras Liberdade, Igualdade e Humanidade, mais os dizeres República Rio-grandense, 20 de Setembro de 1835, escrito num oval de prata e orlado em amarelo. Esse erro persiste até nossos dias, aliás estes erros, além das palavras que nunca existiram na verdadeira bandeira republicana, colocaram 20 de Setembro, nessa data não ocorreu nenhum fato importante relacionado com a revolução republicana de 1835, que iniciou no dia 19 de Setembro, à noite, e à 11 de Setembro de 1836, foi proclamada a República Rio-grandense. Se os propagandistas colocassem uma dessas datas na bandeira, evidentemente que teria um motivo histórico, enquanto que no dia 20 não tem nenhum significado histórico.
Para finalizarmos o estudo sobre o brasão republicano, podemos afirmar em linguagem maçônica, que ele está "justo e perfeito".
Se não vejamos, as rosáceas que se transformarão em estrelas, são as rosáceas do Sephiroth da Cabala.
E as colunas são, Jakin e Boaz, que simbolizam na maçonaria o espírito e a matéria, respectivamente.
Portanto, no verdadeiro brasão republicano a influência da sublime instituição maçônica está presente."

O churrasco

Churrasco bom d+++
Segundo os dicionários, é o assado. Carne assada diretamente sobre as brasas, com ou sem o emprego de espeto.
Segundo Zeno e Rui C. Nunes: “em geral, no churrasco a carne é mal cozida e comida ainda meio sangrenta. É iguaria usada a mais remota antigüidade. Homero, na Ilíada e Virgílio, na Eneida, já se referiram a ela. Chama-se também churrasco, o pedaço de carne a ser assado, mesmo quando ainda cru”.
Uma coisa é certa: o rio-grandense tem uma gastronomia dependente da carne...
Os cortes tradicionais e preferidos da maioria, são a costela, o granito, a picanha, a maminha (chapéu de bispo), a chuleta a alcatra, etc.
O gaúcho, de um modo geral, comia o seu churrasco apenas com farinha de mandioca e pão.
De quando em vez, se houvesse, uma salada de tomate e cebola.
Em seu livro “A Cozinha Gaúcha na História do RS”, Dante de Laytano nos traz uma curiosa receita de churrasco: “abrir na terra um buraco; fazer nele uma fogueira, tirar as brasas e as cinzas e com o grau de calor requerido, por a carne cortada com o couro, virado músculo com músculo e o couro para fora, tudo num invólucro de papel para evitar sujeiras. Tapar o buraco com a terra e fazer outra fogueira por cima; em pouco tempo (l hora, mais ou menos) tem-se cozinhado um churrasco tenro, suculento, especial”.
Mas se o churrasco tem todo esse passado, deve ter um presente cheio de histórias... Na verdade, se uma vez dizíamos que a comida típica do Brasil era a feijoada, podemos assegurar que, em todos os quadrantes do nosso imenso território, o churrasco impera soberano. Desde a confraternização do time de futebol do Nordeste, ao encontro de família no Norte, nas recepções presidenciais, programas de fins de semana em qualquer região do Brasil, está presente o churrasco. Haja vista a quantidade espantosa de churrascarias espalhadas por todo o Brasil e o mundo, em lugares de destaque nas cidades e BRs, por esse Brasil afora.
Feito de mais de uma centena de maneiras diferentes, ele saiu dos galpões e ganhou os hotéis, restaurantes, palácios, o mundo...
Enfim, o churrasco, vale dizer, por muito tempo alimentou o homem que escreveu a história do Rio Grande do Sul... a nossa terra.

Lendas Gaúchas:Quero-Quero


 A Santa Família, na sua fuga do Egito, preferia viajar à noite, para não ser vista pelos soldados do rei Herodes, que andavam à sua procura, para matar menino Jesus.

De dia, sempre que podiam, os fugitivos entravam em alguma gruta da montanha e lá dentro, livres do calor demasiado do sol, descansavam para que, ao anoitecer, recomeçassem sua penosa jornada.
O burrico só faltava falar. Parecia entender o perigo que a Sagrada Família estava correndo. Não empacava, não ornejava, não fazia o menor ruído ao mudar os passos. É que ele sabia, que sua grande missão era conduzir sua divina carga ao salvamento.

Por outro lado, as aves, mesmo as mais afoitas ao canto, mantinham-se em silêncio, ocultas sob o dossel das ramagens. Suas vozes eram tão discretas, não passavam que cochichos e isso mesmo bem abafados, pelo caridoso desejo de não denunciar a presença dos fugitivos. Até os sapos eram como pedras entre as pedras do caminho, as rãs então, eram como folhas verdes entre as folhas verdes que boiavam nas águas mortas. Não era ouvido o seu coaxo característico.

O quero-quero, entretanto, alheio à todos esses acontecimentos, mais parecia um bicho-carpinteiro e não cessava de gritar à altos brados com a sua voz aguda:

- Quero! Quero!......

Mas aquela não era uma boa hora para "tanto querer" e Nossa Senhora e São José, repararam em seu comportamento inoportuno. Ficava parecendo que o peralta da campanha, tão barulhento, fazia o possível para que os soldados, alertados, fossem especular o que estava passando àquela altura na noite naqueles escuros e desertos caminhos...

Para castigo de ser tão inconveniente, o quero-quero acabou ficando cantando daquela maneira para sempre, alertando sem descanso o lugar onde é encontrado.

Dia 05 (cinco) de outubro é comemorado o "Dia da Ave", esses pequenos anjos que são símbolos dos estados superiores do ser e do pensamento.

Para algumas culturas milenares, os pássaros já foram considerados fadas, intermediários entre o mundo humano e divino, espíritos guerreiros reencarnados e algumas vezes, podiam adquirir aspectos de uma Deusa, como da escandinava Freya ou Rainha da ilha de Avalon Morgana, que também se metamorfoseava-se em ave.

No Rio Grande do Sul há um sentinela, um verdadeiro "cão-guardião" do nosso território, que está sempre atento, marchando pelos pampas e que pode prever com antecedência a presença de qualquer intruso: o QUERO-QUERO.

De tanto querer, o quero-quero acabou sendo consagrado como a Ave-Símbolo do Estado gaúcho pela Lei 7418 de 01/12/1980. Mas o pássaro, ainda não satisfeito, continua querendo e, segundo a voz do povo, "querer é poder", hoje é a mais cotada para tornar-se Símbolo Nacional.

A lição que fica da Lenda do Quero-Quero é que deve-se ter muito cuidado com o "querer" demais, pois para o olhar da cobiça, tudo pode ser possuído. A cobiça é uma das forças mais poderosas no mundo ocidental atual. É triste ver que as pessoas muito cobiçosas nunca possam desfrutar do que têm, pois sempre almejam possuir mais. O motor e o plano da cobiça são sempre os mesmos. A alegria é a posse, mas a posse é sempre descontente, tem uma insaciável avidez interior. A cobiça é pungente, porque está sempre obcecada e esvaziada pela possibilidade futura. Entretanto, o aspecto mais sinistro da cobiça é a capacidade de sedar e extinguir o desejo. Ela destrói a inocência natural do desejo, arrasa-lhe os horizontes e substitui-os por uma possessividade compulsiva e atrofiada. É essa cobiça que está atualmente envenenando os homens e a terra, pois o "ter" tornou-se inimigo do "ser". A corrupção em que se encontra envolvida a política nacional é um exemplo claro do que lhes digo.

As riquezas são com razão odiadas por um homem guerreiro, pois um cofre cheio impede a verdadeira glória.
De onde retirei esta lenda

Lendas de Gaúchos: o João de Barro

Contam os índios que, há muito tempo, numa tribo do sul do Brasil, um jovem se apaixonou por uma moça de grande beleza. Melhor dizendo: apaixonaram-se. Jaebé, o moço, foi pedi-la em casamento. O pai dela perguntou:
- Que provas podes dar de sua força para pretender a mão da moça mais formosa da tribo?
- As provas do meu amor! - respondeu o jovem.
O velho gostou da resposta mas achou o jovem atrevido. Então disse:
- O último pretendente de minha fila falou que ficaria cinco dias em jejum e morreu no quarto dia.
- Eu digo que ficarei nove dias em jejum e não morrerei.
Toda a tribo se espantou com a coragem do jovem apaixonado. O velho ordenou que se desse início à prova.
Enrolaram o rapaz num pesado couro de anta e ficaram dia e noite vigiando para que ele não saísse nem fosse alimentado. A jovem apaixonada chorou e implorou à deusa Lua que o mantivesse vivo para seu amor. O tempo foi passando. Certa manhã, a filha pediu ao pai:
- Já se passaram cinco dias. Não o deixe morrer.
O velho respondeu:
- Ele é arrogante. Falou nas forças do amor. Vamos ver o que acontece.
E esperou até até a última hora do novo dia. Então ordenou:
- Vamos ver o que resta do arrogante Jaebé.
Quando abriram o couro da anta, Jaebé saltou ligeiro. Seu olhos brilharam, seu sorriso tinha uma luz mágica. Sua pele estava limpa e cheirava a perfume de amêndoa. Todos se espantaram. E ficaram mais espantados ainda quando o jovem, ao ver sua amada, se pôs a cantar como um pássaro enquanto seu corpo, aos poucos, se transformava num corpo de pássaro!
E exatamente naquele momento, os raios do luar tocaram a jovem apaixonada, que também se viu transformada em um pássaro. E, então, ela saiu voando atrás de Jaebé, que a chamava para a floresta onde desapareceu para sempre
Contam os índios que foi assim que nasceu o pássaro joão-de-barro.
A prova do grande amor que uniu esses dois jovens está no cuidado com que constroem sua casa e protegem os filhotes. E os homens amam o joão-de-barro porque lembram da força de Jaebé, uma força que vinha do amor e foi maior que a morte.
de onde retirei este texto 

domingo, 22 de julho de 2012

Indumentária gaúcha


A partir de 1865 definiu-se a indumentária do gaúcho atual.

Vestuário característico masculino:

Chapéu de couro ou de feltro de abas largas preso pelo barbicacho, o poncho sobre os ombros, o lenço geralmente de cores vivas, de nó corrediço. Uma camisa de lã ou de pano grosso.
Na cintura, a "guaiaca", cinto largo onde traz a faca e a garrucha no coldre. As bombachas, calças largas apertadas no tornozelo, as botas com "chilenas" (esporas de rosetas grandes) e finalmente ao pulso a presilha do rebenque da várias tiras, não esquecendo do laço de couro de burro.
Está ele pronto nos pampas para enfrentar.

O Lenço:

Usado ao pescoço, pode ser de diversas cores, sendo a branca e a vermelha as mais comuns. No passado, tiveram conotações políticas: o vermelho republicano (1835), maragato ou federalista (1893), maragato ou libertador (1923); a branca pica-pau (1893) e chimango (1923). O preto somente é usado em sinal de luto.
O lenço é amarrado por nós, sendo que há mais de dez modelos diferentes. Alguns exemplos: nó-de-rodeio, "Assis Brasil", "farroupilha", nó-de-domador, "namorador", cabeça-de-touro e "rapadura".

Vestuário característico feminino:

De 1820 a 1870 a mulher gaúcha usou vestido de seda ou veludo, botinhas fechadas, travessa nos cabelos, leque, meias brancas e xale. Era a influência européia.

A mulher campesiana usava uma saia e um casaquinho, meias, cabelos soltos ou trançados, sapatos fechados e ao pescoço um pequeno triângulo de seda, chamado Fichu.
A partir de 1870 até os tempos de hoje, a prenda usa vestido de chita sem muitos babados, meia branca, sapatilhas pretas sem salto alto, bombachinha, flor ou fita no cabelo e sem muitas jóias e maquiagem. A prenda conserva a simplicidade da mulher gaúcha, sem afetar a beleza de um ser de padrões morais superiores.

sábado, 21 de julho de 2012

Mandamentos do chimarrão



MANDAMENTOS DO CHIMARRÃO
Apesar de simples e informal, a roda de chimarrão tem suas regras. Verdadeiros mandamentos, que devem ser respeitados por todos. Se você é iniciante ou está redescobrindo o costume, observe esses pontos relacionados com boa dose de humor:
01- NÃO PEÇAS AÇÚCAR NO MATE
O gaúcho aprende desde piazito o porquê o chimarrão se chama também mate amargo ou, mais intimamente, amargo apenas. Mas se tu és de outros pagos, mesmo sabendo, poderá achar que é amargo demais e cometer o maior sacrilégio que alguém pode imaginar nesse pedaço do Brasil: pedir açúcar. Pode-se por água, ervas exóticas, cana, frutas, feldspato, dollar, etc… mas jamais açúcar. O gaúcho pode ter todos os defeitos do mundo, mas não merece ouvir um pedido desses. Portanto, tchê, se o chimarrão te parece amargo demais, não hesites, pede uma coca-cola com canudinho. Tu vais te sentir bem melhor.
02- NÃO DIGAS QUE O CHIMARRÃO É ANTI-HIGIÊNICO
Tu podes achar que é anti-higiênico por a boca onde todo mundo põe. Claro que é. Só que tu não tens o direito de proferir tamanha blasfêmia em se tratando de chimarrão. Repito: pede uma coca-cola de canudinho. O canudo é puro como a água de sanga (pode haver coliformes fecais e estafilococos dentro da garrafa, não nele).
03- NÃO DIGAS QUE O MATE ESTÁ QUENTE DEMAIS
Se todos estão chimarreando sem reclamar da temperatura da água, é porque ela é perfeitamente suportável por pessoas normais. Se tu não és uma pessoa normal, assume tuas frescuras (caso desejes te curar, recomendamos uma visita ao analista de Bagé). Se, porém, te julgas perfeitamente igual aos demais, faze o seguinte: vai para o Paraguai. Tu vai adorar o chimarrão de lá.
04- NÃO DEIXES UM MATE PELA METADE
Apesar da grande semelhança que existe entre o chimarrão e o cachimbo da paz, há diferenças fundamentais. Como o cachimbo da paz, cada um dá uma tragada e passa-o adiante, já o chimarrão não. Tu deves tomar toda a água servida até ouvir o ronco da cuia vazia. A propósito, leia logo o mandamento abaixo.
05- NÃO TE ENVERGONHES DO "RONCO" NO FIM DO MATE
Se, ao acabar o mate, sem querer fizer a bomba "roncar", não te envergonhes. Está tudo bem, ninguém vai te julgar mal-educado. Esse negócio de chupar sem fazer barulho vale para a coca-cola com canudinho que tu podes até tomar com o dedinho levantado.
06- NÃO MEXAS NA BOMBA
A bomba de chimarrão pode muito bem entupir, seja por culpa dela mesma, da erva ou de quem preparou o mate. Se isso acontecer, tens todo o direito de reclamar. Mas por favor, não mexas na bomba. Fale com quem te passou o mate ou com quem lhe passou a cuia. Mas não mexas na bomba, não mexas na bomba e, sobretudo, não mexas na bomba.
07- NÃO ALTERE A ORDEM EM QUE O MATE É SERVIDO
Roda de chimarrão funciona como cavalo de leiteiro. A cuia passa de mão em mão, sempre na mesma ordem. Para entrar na roda, qualquer hora serve, mas depois de entrar, espera sempre a tua vez e não queiras favorecer ninguém, mesmo que seja a mais prendada prenda do estado.
08- NÃO CONDENES O DONO DA CASA POR TOMAR O PRIMEIRO MATE
Se tu julgas o dono da casa um grosso por preparar o chimarrão e tomar ele próprio o primeiro mate, saibas que o grosso és tu. O pior mate é o primeiro, e quem toma está te prestando um favor.
09- NÃO DURMAS COM A CUIA NA MÃO
Tomar mate solito é um excelente meio de meditar sobre as coisas da vida. Tu mateias sem pressa, matutando… E às vezes te surpreendes até imaginando que a cuia não é cuia, mas o quente seio moreno daquela chinoca faceira que apareceu no baile do Gaudêncio… Agora, tomar chimarrão numa roda é muito diferente. Aí o fundamental não é meditar, mas sim integrar-se à roda. Numa roda de chimarrão, tu falas, discutes, ris, xingas, enfim, tu participas de uma comunidade em confraternização. Só que essa tua participação não pode ser levada ao extremo de te fazer esquecer a cuia que está na tua mão. Fala quanto quiseres mas não esqueças de tomar o teu mate que a moçada tá esperando.
10- NÃO DIGAS QUE O CHIMARRÃO DÁ CÂNCER NA GARGANTA
Pode até dar. Mas não vai ser tu, que pela primeira vez pega na cuia, que irás dizer, com ar de entendido, que o chimarrão é cancerígeno. Se aceitaste o mate que te ofereceram, toma e esqueces o câncer. Se não der para esquecer, faz o seguinte: pede uma coca-cola com canudinho que ela… etc… etc…

A origem do chimarrão


O Chimarrão é um legado do índio Guarani.
Sempre presente no dia-a-dia, o chimarrão constituiu-se na bebida típica do Rio Grande do Sul, ou seja, na tradição representativa do nosso pago. Também conhecido como mate amargo, como bebida preferida pelo gaúcho, constitui-se no símbolo da hospitalidade e da amizade do gaúcho. É o mate cevado sem açúcar, preparado em uma cuia e sorvido através de uma bomba. É a bebida proveniente da infusão da erva-mate, planta nativa das matas sul-americanas, inclusive no Rio Grande do Sul.
O homem branco, ao chegar no pago gaúcho, encontrou o índio guarani tomando o CAA, em porongo, sorvendo o CAÁ-Y, através do TACUAPI.
Podemos dizer, que o chimarrão é a inspiração do aconchego, é o espírito democrático, é o costume que, de mão – em - mão, mantém acesa a chama da tradição e do afeto, que habita os ranchos, os galpões dos mais longínquos rincões do pago do sul, chegando a ser o maior veículo de comunicação.
O mate é a voz quíchua, que designa a cuia, isto é, o recipiente para a infusão do mate. Atualmente, por extensão, passou a designar o conjunto da cuia, erva-mate e bomba, isto é, o mate pronto.
O homem do campo passou o hábito para a cidade, até consagrá-lo regional. O Chimarrão é um hábito, uma tradição, uma espécie de resistência cultural espontânea.
Os avios ou os apetrechos do mate constituem o conjunto de utensílios usados para fazer o mate. Os avios do mate são fundamentalmente a cuia e a bomba.
Aprenda nesse vídeo a como fazer um bom chimarrão:

quarta-feira, 18 de julho de 2012

A origem da bombacha


Algumas gravuras antigas nos mostram guerreiros de Gengis Khan usando bombachas enquanto cavalgavam seus pequenos pôneis durante suas incursões guerreiras.
Quando os árabes invadiram a península ibérica, seus exércitos também usavam bombachas. Esses sábios bombachudos ficaram na península em torno de 600 anos, principalmente na Espanha, e uma das versões mais aceitas é de que a bombacha entrou na península Ibérica através da invasão dos árabes pelo norte da Espanha na região chamada “La Maragateira” e depois trazida para a América do sul pelos “maragatos”
Durante a expulsão dos Mouros (árabes) da Europa, os espanhóis nobres faziam questão de não usar bombachas, pois dessa forma se contrapunham à cultura do invasor e se tornavam iguais ao restante da “nobreza européia”.
Quando Napoleão Bonaparte invadiu o Egito (1803), nas primeiras batalhas sofreu algumas derrotas. A partir daí passou a observar os combates para descobrir onde seus soldados estavam falhando. Percebeu que seus soldados de cavalaria com os uniformes apertados e colados ao corpo eram menos ágeis que os ginetes mouros, vestidos com mantos e calças largas “bombachas”, pois com elas eram livres em seus “corcéis” e dessa forma manuseavam a cimitarra com extrema habilidade. Ao retornar à Europa, a cavalaria de elite de Napoleão usava bombachas como também sua guarda de honra. Turcos, russos, indianos, ucranianos, cossacos e afegãos também a usavam e ainda usam nos dias de hoje.
Há uma história de que foram os Ingleses que difundiram a bombacha na América do Sul, mas na verdade eles não a difundiram como cultura e sim como mercadoria de comércio, pois a venderam como uniforme para os soldados da tríplice aliança que lutaram na guerra que eles promoveram contra o Paraguai.
A roupa mais parecida com bombacha e que os Europeus inventaram é o “Coolote”, muito usado pelos militares de cavalaria e para o jogo de pólo. Daí vem o ditado: “Coolote é bombacha de gringo”.
Em busca de mercados para suas indústrias, os ingleses mergulharam em uma guerra juntamente com os franceses, turcos e sardenhos contra a Rússia que também tentava expandir seu império buscando uma saída para o mar.
Conhecida como a Guerra da Criméia, foi desta empreitada que sobraram as calças largas – bombachas – que os ingleses venderam para os Exércitos da Tríplice Aliança que guerrearam com o Paraguai.
Quando os Jesuítas chegaram ao território missioneiro, hoje Argentina, Uruguai e Rio Grande do Sul, os índios que aqui habitavam eram os Charruas e Minuanos, povo que vivia ainda na idade da pedra. Usavam uma vestimenta muito simples e rústica; os homens vestiam-se com uma espécie de calçote, chamado “caiapi” feito em rústicos teares e o material era de procedência vegetal, amarrado na cintura com cordas de couro ou também de vegetal. Assim nos escreve a historiadora Ítala Becker, em seu livro “Os índios Charruas e Minuanos na antiga Banda Oriental do Uruguai”.
Os guaranis que vieram para cá acompanhando os Jesuítas que vinham do Paraguai, usavam uma roupa híbrida, isto é uma mescla de roupa nativa com um toque de roupa civilizada, uma calça de algodão e por cima uma espécie de saiote amarrado entre as pernas e na cintura, com o nome de “xiripá”. Este sim foi largamente usado, principalmente pelos ginetes guaranis em suas lides de campo.
Até o final do século XIX, peões rio grandenses, argentinos e uruguaios ainda usavam o “xiripá” que só foi desbancado pela “bombacha” após a Guerra do Paraguai. E tenho a certeza de que foi a única coisa que os gaúchos trouxeram em sua triste bagagem desta “guerra infame” que não trouxe nenhuma glória para os homens de bem aqui do garrão sul americano.
Os coronéis, “senhores da casa grande” não usavam bombachas, pois era considerada roupa inferior; só os peões a usavam, aliás, nas festas da casa grande, ninguém usava bombacha por ser destinada para ser usada no galpão.
Só recentemente, no Rio Grande do Sul a bombacha passou a ser considerada roupa social, através de uma lei do governador Amaral de Sousa (1989).
Os árabes desfilam no mundo inteiro, com seus mantos e bombachas e são admirados e respeitados. Nós, gaúchos rio grandenses, uruguaios e argentinos, adotamos a bombacha para fazer parte da nossa indumentária com a qual nos identificamos em qualquer parte do mundo. Porém, ainda sofremos olhares pejorativos quando com bombachas frequentamos algum ambiente considerado de “cola fina” (granfino).

Origem do gaúcho

O gaúcho é o nome dado aos nascidos no Rio Grande do Sul, ao tipo característico da campanha, ao homem que vive no campo, na região dos pampas. Até a metade do século XIX, o termo gaúcho era usado de forma pejorativa, sendo dirigido aos aventureiros, ladrões de gado e malfeitores que viviam nos campos. 
Resultado da miscigenação entre o índio, o espanhol e o português, o gaúcho, por viver no campo cuidando do gado, adquiriu habilidades de cavaleiro, manejador do laço e da boleadeira, aspectos que perfazem a tradição gaúcha. Sem patrão e sem lei, o gaúcho foi, inicialmente, nômade. Com o passar dos tempos, a partir do estabelecimento das fazendas de gado e com a modificação da estrutura de trabalho, foram alterados os seus costumes, tanto no trajar quanto na alimentação. Mais tarde, já integrado à sociedade rural como trabalhador especializado, passou a ser o peão das estâncias. 
Atuando como instrumento de fixação portuguesa no Brasil Meridional, o gaúcho contribuiu para a defesa das fronteiras com as Regiões Platinas, participando ativamente da vida política do país. A partir disso, o reconhecimento de sua habilidade campeira e de sua bravura na guerra fizeram com que o termo "gaúcho" perdesse a conotação pejorativa. Após a Revolução Farroupilha, o gaúcho passou a ser considerado sinônimo de homem digno, bravo, destemido e patriota. 
O gaúcho é definido pela literatura como um indivíduo altivo, irreverente e guerreiro. Às suas raízes, somaram-se as culturas negra, alemã e italiana, e de tantos outros povos que vieram construir, no Rio Grande do Sul, uma vida melhor. 
O povo gaúcho valoriza muito sua história e costuma exaltar a coragem e a bravura de seus antepassados, expressando, por meio de suas tradições, seu apego à terra e seu amor à liberdade. 

Paixão azul e vermelha!



Os gaúchos são apaixonados por futebol, prova disso é a rivalidade Gre-Nal, considerara por muitos a maior do Brasil. A continuação da pesquisa realizada pela Pluriconsultoria confirma esta suspeita. O estudo aponta que o Rio Grande do Sul é o estado com a maior porcentagem de torcedores de futebol no país.

Dos 10,7 milhões de habitantes do RS, 90% torcem para algum clube. Rio de Janeiro e Santa Catarina com 87% ocupam a segunda e terceira posição do ranking divulgado no estudo.

São Paulo, o estado mais populoso do Brasil, tem 82% de sua população torcendo por algum clube, contra 18% dos que não tem preferência por nenhum time.

 

O Clássico Gre-Nal é considerado por muitos o maior clássico do Brasil e um dos maiores do mundo.

Jeito gaúcho de ser


Nós gaúchos temos um jeito só nosso
Aqui se substitui o abraço pelo “quebra-costela”
A assinatura pelo “fio do bigode”
Temos muitos ditados:

“ Bha!” é o estado de espírito do gaúcho
Ele é entendido pela expressão do vivente
Aqui se usa o advérbio “mais” como comparação
Assim falam fulano esta mais perdido que cusco em tiroteio


Quando o gaúcho é mais forte se diz
derrubou o vivente e deu uma “sova de laço”
E quando a china entra no CTG ela causa entreveiro
E a bagualada fica feliz

Daí tchê,te aprochega!
A gauchada é hospitaleira
A pampa amiga te abre as porteira
E no fogo de chão esquenta a chaleira
Pra nossa roda de chimarrão

As gurias são mais formosas
Do que laranja de amostra
E se num upa surge um chamego
Vem a vontade de juntar os pelego
é um laço certeiro no teu coração


Na poesia o desejo é ser mais
lido que bula de remédio e anuncio de jornal
(Graciela da Cunha e Bernadette Moscareli)

Ritmos de dança gaúchos



Quando falamos em Bugio, lembramos do primata das matas do sul do Brasil, macaco de pelos avermelhados que em muitas de suas atitudes imita ou se parece com o ser humano.
Segundo Paixão Cortes e Barbosa Lessa, em pesquisa realizada por volta de 1940 encontram na região das Missões, Planalto e Serra Gaúcha o Bugio sendo dançado em todas as classes sociais.
Inicialmente o Bugio era tocado em gaita ponto, ou popularmente como é chamada de gaita de voz trocada que ao abrir e fechar fole tirava-se sons que pareciam ser o do ronco do Bugio, e é assim que surge o ritmo essencialmente gaúcho que tem como sua principal característica o jogo de fole. Mas a relação com o primata não para por ai , pois nos passos da dança imitamos o Bugio na forma de caminhar dando pequenos saltos, ora para um lado, ora para outro.
 
* FORMA DE DANÇAR:
Os passos do bugio são executados em saltos de Polca, porém agora mais compassado. Preste bastante atenção quando do primeiro passo de abrir, pois é neste tempo que executamos um pequeno salto.
Associa-se a palavra “Chamamé” à expressões como “assim no más”, “qualquer coisa”, “a minha amada”, “de qualquer maneira”. A dança originou-se na tribo indígena “Kaiguá”, entre Brasil e Corrientes, pelos índios era conhecida como “Polkakirei”, uma polca movida em ritmo ágil e contagiante, a palavra chamamé teria origem em na frase “Che amoa memé” que significa “te protejo”. Da forma que foi introduzida no Rio Grande do Sul já se perdera parte de sua originalidade. Tomou novas formas, outros instrumentos foram sendo introduzidos e este ritmo se tornou um dos mais empolgantes do nosso Fandango Gaúcho.
 
* FORMA DE DANÇAR:
Sempre alternando um pé e outro como no passo de marcha.
1º movimento: peão avança com seu pé esquerdo em diagonal esquerda, pousando-o no solo e flexionando naturalmente os joelhos. A prenda recua o pé direito, pousando-o no solo atrás do esquerdo.
2º movimento: o pé direito do peão e o esquerdo da prenda realizam uma marcação no lugar.
3º movimento: o peão recua seu pé esquerdo, mais ou menos ao lado do pé direito. A prenda avança seu pé direito para posta-lo próximo ao pé esquerdo.
O 4º, 5º e 6º movimento são repetições dos anteriores, porém executados com pés contrários.
O nome Chama-Rita foi introduzido pelos colonos açorianos quando da formação do Estado do Rio Grande do Sul conforme conta João Carlos Paixão Cortes e Barbosa Lessa na sua obra “Danças e Andanças da Tradição Gaúcha”.
Em principio do século XIX a Chamarrita ou Chimarrita já era uma espécie de de Chotes e Valsa quanto a dança e uma espécie de havaneira quanto ao ritmo.
Pode-se chamar de Chamarra ou Chimarrita, certo mesmo é que um ritmo muito bom de se dançar.
 
* FORMA DE DANÇAR:
Os movimentos da Chamarra são semelhantes aos da Vaneira, obedecem ao dois pra lá e dois pra cá, diferenciando-se apenas no segundo e no sexto movimento onde acontece uma leve flexão de joelhos tanto do peão quanto da prenda.
O chote pode ter tido sua origem na Hungria, mas existem muitas divergências a este respeito. De acordo com Câmara Cascudo, o chote teve sua aparição no Brasil graças ao professor de danças Julles Transsaint, que em 28 de junho de 1851 lançou o chote com sucesso no Rio de Janeiro. Além do Rio Grande do Sul o Chote também é muito executado no nordeste brasileiro nos famosos bailes chamados de Forró.
 
* FORMA DE DANÇAR:
A dança do Chote nos possibilita algumas variações, além da forma enlaçada, encontramos os pares dando-se as mãos e executando figuras como é chamado o chote figurado.
Segundo Algacir Costa, o contrapasso nascera de uma imitação à Marchinha Européia executada em instrumentos de sopro pelos italianos e alemães que colonizaram o Rio Grande do Sul, mas assim como outros ritmos, sofreu alterações quando tocada em instrumentos rude-crioulos.
Acredita-se que este ritmo só existe no Rio Grande do Sul e assim como o Bugio é ritmo autenticamente Gaúcho.
 
* FORMA DE DANÇAR:
A dança do contrapasso tem sua coreografia igual ao da marcha porém com seu ritmo um pouco mais lento . Incluiremos neste ritmo um passo que aqui denominaremos de “No Contrapasso”.
A marcha que marcou época em nosso País foi a Marcha “O Abre Alas” composta por Chiquinha Gonzaga para o Rancho Carnavalesco Rosa de Ouro em 1899, inspirada pelo ritmo marchado utilizado pelos negros quando desfilavam se requebrando pelas ruas.
Um dos ritmos colaboradores para as danças de pares enlaçados foi o One Step, criado nos Estados Unidos no final do século XIX e ínicio do século XX, que logo a seguir veio influenciar as danças de salão brasileiras.
No Rio Grande so sul a Marcha tem maior aceitação nos lugares onde predomina a colonização alemã.
 
* FORMA DE DANÇAR:
No exemplo ao lado mostramos um deslocamento onde o peão anda para frente e a prenda se desloca para trás, mas os passos de marcha podem ser executados em qualquer direção, desde que se obedeça 1 passo para cada tempo da música. Esta mesma dinâmica serve para o Chamamé e Contrapasso.
Muito parecida com a Rancheira, a Mazurca tem como principal diferencial a acentuação no segundo tempo da música em meados do século XIX, espalhou-se pela Europa iniciando na Alemanha, fixando-se logo em seguida em París.
Entre os anos de 1820 e 1850 chega ao Brasil, foi dançada nos salões gaúchos, mas infelizmente não teve a mesma aceitação como aconteceu com a valsa e a rancheira.
 
* FORMA DE DANÇAR:
Ritmo também executado em seis movimentos, como a exemplo da Valsa e Rancheira, a Mazurca diferencia-se apenas pelo tempo forte que agora é no segundo tempo da musica.
Segundo Câmara Cascudo, na língua Bunda, da República de Camarões, Melunga no plural torna-se Milonga, palavra que, por volta de 1829, em Pernambuco, significa enrolação, conversalhada, enredo.
Popular no subúrbio de Montevideo e de Buenos Aires ao final do século XIX é canto e dança do tipo da habaneira e do Tango Andaluz.
No Rio Grande do Sul, a Milonga foi introduzida ao som da viola que acompanhava os pajadores, logo em seguida outros instrumentos musicais foram sendo adaptados a este ritmo.
Acredito que a Milonga seja o ritmo mais romântico dos fandangos gaúchos, acho que os compositores escolheram a Milonga para declarar seus amores, seus romances.
 
* FORMA DE DANÇAR:
A Milonga pode ser dançada de três maneiras diferentes:
1) Milonga Havaneirada: copiando os passos da vaneira;
2) Milonga Tangueada: dançada em passos de marcha;
3) Milonga Riograndense: dançada no chamado dois e um;
Escolha a melhor forma e dance mais este ritmo dos fandangos gaúchos.
Dança de ritmo rápido, a polca é uma dança viva e alegre. Trazida pelos alemães a polca chegou ao RS e sofreu alterações em sua denominação e execução tais como: Arrasta-Pé, Gasta-Sola ou Serrote, quando os passos de marcha eram arrastados sobre os assoalhos dos salões gaúchos. No nosso estado a polca foi adaptada em algumas brincadeiras como a polca de relação, polca das cadeiras entre outras.
 
* FORMA DE DANÇAR:
Pode-se dançar polca em passos de marcha arrastados com a mesma dinâmica dos movimentos da marcha, observando um passo para cada tempo musical e não deve haver contagem de passos (dançar livremente) ou em saltos de polca. Movimento este que deverá ser utilizado no ritmo Bugio. Bastante atenção para o ritmo pois é bastante rápido. Divirta-se conosco, mas sem perder o fôlego.
Segundo a obra “Humaitá Cultura Espontânea de Sua Gente” a Polonaise começa a ser relatada a partir de 1645 e teria sua origem de uma marcha triunfal de antigos guerreiros poloneses. No começo era dançada apenas por homens, mas com a evolução dos tempos foi aceita por pares mistos, dispostos de acordo com a idade e grau de nobreza.
No Rio Grande do Sul teve grande aceitação e tornou-se uma dança de integração entre os participantes dos fandangos gaúchos, sendo dançada no início ou pontos culminantes de festividades.
 
* FORMA DE DANÇAR:
Posição Inicial: Os pares formam duas colunas no centro da sala, de um lado peões e a sua direita prendas, tomados pelas mãos.
Figura 1: iniciam a volta de apresentação, onde o casal que esta a frente (par guia) conduz o restante do grupo contornando a sala no sentido anti-horário e retornando a sua posição inicial.
Figura 2: Os pares soltan-se as mãos e prendas vão para sua direita e peões para a sua esquerda, contornando a sala e se encontrando próximo aos músicos retornando mais uma vez a posição inicial.
Figura 3: semelhante a figura anterior porém agora os pares vão alternadamente se dividindo em um casal para cada lado retornando mais uma vez a posição inicial.
Figura 4: ao chegarem nas proximidades do palco os pares se aproximam e formam 01 dupla de casais, ou seja 4 dançarinos e desta formam passeiam pelo centro da sala e ao chegarem a extremidade oposta a dos músicos novamente alternando-se 02 casais para cada lado.
Figura 5: estes casais ao chegarem próximos ao palco podem se juntar novamente formando agora uma fileira com 4 casais e desfilar pela sala até chegar a extremidade oposta a dos músicos e se dividirem novamente em 2 casais para cada lado.
Figura 6: os casais novamente passeiam pelas extremidades da sala e se encontram próximos ao palco agora formando no centro da sala fileiras com 02 casais.
Figura 7: ao chegarem na extremidade oposta a do palco os casais se separam novamente indo agora 1 casal para cada lado. Estes ao chegarem próximos ao palco deverão se intercalar voltando assim a posição inicial da dança.
OBS: Descrevemos aqui algumas fíguras básicas, mas pode-se criar muitas figuras com formações das mais variadas possiveis, como por exemplo, fileiras, rodas, tuneis, entre tantos outros desde que não se perca as caracteristicas da dança.
Criada a partir do ritmo Mazurca, que se difundiu pelo Brasil quando do surgimento do rádio, a Rancheira tem sua característica própria diferenciando-se por ter sua acentuação forte no 1° tempo da Música e não no 2° tempo como é o caso da Mazurca.
Neste vídeo veremos a rancheira dançada de forma enlaçada, mas no Rio Grande do Sul encontramos uma variação onde os dançarinos formam duas fileiras, de um lado os peões com a frente do corpo voltada para a extremidade do salão e do outro as prendas, de costas para as extremidades do salão e de frente para o seu par, formando uma espécie de túnel, podendo ser de mãos dadas ou não. O último par a direita dos peões passa por dentro do túnel se posicionando na outra extremidade, todos os pares executam este movimento de forma que este trenzinho ande pela sala.
 
* FORMA DE DANÇAR:
O passo da Rancheira é semelhante a Valsa de seis movimentos, a diferença é que no 1°e no 4° movimento acentua-se uma batida de toda a planta de pé por parte do peão podendo a prenda executar com a meia planta do pé. Vamos aprender aqui duas formas de dançar Rancheira, uma a Moda da Fronteira parecido com a valsa, porém acentuando-se a batida e outra a Moda Serrana, igualmente nas batidas porém um pouco mais saltitada.
Criado no fim do século XX, nos subúrbios de Buenos Aires, capital da vizinha Argentina, o Tango marca a história e se torna um dos ritmos mais conhecidos do mundo, pela beleza das melodias, mas principalmente pelo encanto dos passos. A palavra tango tem sua origem africana, através do espanhol platino, e significa batida ou pequeno tambor africano.
 
* FORMA DE DANÇAR:
O tango dançado no Rio Grande do Sul é mais simples que o dançado em teatros e casas de espetáculo de Buenos Aires, nossa vestimenta de fandango não nos permite muito malabarismo, dançado em passos de marcha o Tango dos salões gaúchos tem como característica principal o envolvimento entre o par.
O terol é ritmo que tem sua origem da Mazurca, e se tornou popular principalmente no litoral norte e planalto nordeste do Rio Grande do Sul. Tem como característica os passos puladinhos. Ao invés de enlaçar o par como na valsa o casal pode também tomar-se pelos braços conforme vimos na parte de postura e condução do par.
Hoje em dia o passo de terol também é dançado quando se toca uma rancheira a exemplo do pau de fitas, dança tradicional do Rio Grande do Sul. Há, e não vamos esquecer do terol sapateado que pode ser executado entre meio aos pulinhos de marcha.
 
* FORMA DE DANÇAR:
Neste ritmo pode-se observar que os movimentos são os mesmos dos passos de marcha, porém agora saltitados e em meia planta de pé. Hoje em dia pela pouca variação de ritmos nos bailes se executa o passo de terol no ritmo da Rancheira, podendo a postura ser apenas aquela onde o peão e prenda tomam-se pelos braços ou enlaçados como na Valsa. Neste ritmo existe uma variação onde ao invés de saltitar o par executa batidas de toda a planta, sendo duas batidas para cada tempo da música.
Ritmo que não pode faltar nas festas mais tradicionais da nossa sociedade: casamentos, aniversários, nos bailes de sarau. A valsa a muito tempo vem sendo a rainha das danças de salão, homenageada pelos maiores compositores da história como por exemplo Mozart, Bethoven, Strauss, entre outros. Sua origem mais recente é das danças rústicas Alpinas da Áustria.
Ao Brasil este ritmo chegou por volta de 1816 quando era muito dançada no Primeiro e Segundo Império e esta acabou caindo nas graças do povo. Para o Rio Grande do Sul, a Valsa foi trazida pelos imigrantes alemães e assim como outros ritmos ganhou características regionais tanto na música quanto na dança.
 
* FORMA DE DANÇAR:
Existem três formas de dançar valsa. A Valsa Clássica e Capeira com seis movimentos, sendo três movimentos para cada lado e a Valsa Brasileira com quatro movimentos, sendo dois movimentos para cada lado.
Sem sombra de duvida, a vanera é o ritmo mais apreciado e mais executado nos bailes gaúchos.
Ritmo afro-cubano a Habaneira influenciou vários ritmos dos paises hispano-americanos sendo difundida na Espanha.
Conhecida também como Havaneira, acredita-se que seu nome tenha sido uma homenagem a capital de Cuba, Havana ou também como é conhecida La Habana. Chegou ao Brasil por volta de 1866 e influenciou não só ritmos do RS como também o samba canção dos cariocas.
No Rio Grande do Sul, a Vaneira ou vaneira ganhou outros nomes, de acordo com o andamento da música. Vaneirinha para ritmo lento, vaneira para ritmo moderado e vaneirão para ritmo rápido.
 
* FORMA DE DANÇAR:
Os movimentos que demonstraremos a seguir servem tanto para a Vaneira, Vaneirinha e Vaneirão, mudando apenas o seu andamento. Semelhante ao passo de Polca, os passos da Vaneira devem ser executados em quatro movimentos para cada lado, o conhecido dois pra lá e dois pra cá.