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sábado, 15 de setembro de 2012

Bandeira do RS

"Segundo alguns autores, a bandeira foi desenhada em Buenos Aires, por Tito Lívio Zambeccari, republicano italiano que veio para o Rio Grande do Sul e lutou ao lado dos revolucionários, sendo braço direito do General Bento Gonçalves. Dante de Laytano, em sua obra História da República Rio-grandense, diz que a bandeira foi desenhada por João de deus, um republicano paulista.
Ainda sobre a bandeira republicana, discute-se muito o significado de suas cores, entre os tantos significados que atribuem, nós preferimos o que foi editado em 21 de Fevereiro de 1837, no jornal da época, chamado "O Republicano", que consta na obra da Revolução Cisplatina, de Alfredo Varela. Diz a nota, que o verde significa a esperança republicana de manterem a sua independência, o amarelo é um sinal de firmeza e resolução nos seus planos e o vermelho o prenúncio que lutarão contra quaisquer que o queira dominar. O Vermelho é a cor republicana.
Sobre o brasão da bandeira republicana também existem muitas controvérsias, porém, achamos que Walter Spalding, em sua obra supracitada, explica com clareza como era o verdadeiro brasão da bandeira republicana. Ele diz que o referido brasão é composto de um escudo em lisonja partida em pala de sinople. Em um paralelogramo de ouro, inscrito na parte média do escudo, um barrete frígio vermelho, sobre um punhal ou sabre, posto em pala, tendo aos lados dois ramos de louro e de erva mate. Na parte superior do escudo, uma roseta amarela e outra na parte inferior. Aos lados da lisonja, assenta sobre uma colina verde, duas colunas amarelas, também assentadas sobre colinas verdes. O todo é inscrito (inserido), num oval azul orlado de amarelo. Ao redor desse brasão, são vistos os troféus de armas e quatro bandeiras republicanas, sendo duas de cada lado, tal como a criada pelo decreto de 12 de Novembro de 1836.
Como vimos, nenhuma palavra ou frase constava no verdadeiro brasão republicano. Os dizeres: Liberdade, Igualdade e Humanidade, que aparecem nas bandeiras oficializadas a partir de 1891, nunca fizeram parte do verdadeiro brasão republicano que descrevemos.
Dois fatos no entanto devemos deixar claro, o primeiro nos dá conta que esses dizeres foram usados pelos republicanos, a partir de 1839. As comunicações feitas pelos republicanos que ocuparam Santa Catarina e proclamaram a República Juliana, começavam sempre por: Liberdade, Igualdade e Humanidade. O Outro fator diz respeito ao brasão, que apesar de ter oficialmente existido durante a revolução republicana, ele jamais foi empregado como parte integrante da bandeira oficial. Ou seja, ela nunca se afastou daquele decreto de 12 de Novembro de 1836, pelo qual fora criado. Portanto, a bandeira republicana surgiu em 1836, era quadrada, contendo aquelas cores já referidas e sem o brasão, embora este existisse oficialmente.
A propaganda republicana tomou força a partir de 1891, e seus propagandistas acrescentaram, além das palavras Liberdade, Igualdade e Humanidade, mais os dizeres República Rio-grandense, 20 de Setembro de 1835, escrito num oval de prata e orlado em amarelo. Esse erro persiste até nossos dias, aliás estes erros, além das palavras que nunca existiram na verdadeira bandeira republicana, colocaram 20 de Setembro, nessa data não ocorreu nenhum fato importante relacionado com a revolução republicana de 1835, que iniciou no dia 19 de Setembro, à noite, e à 11 de Setembro de 1836, foi proclamada a República Rio-grandense. Se os propagandistas colocassem uma dessas datas na bandeira, evidentemente que teria um motivo histórico, enquanto que no dia 20 não tem nenhum significado histórico.
Para finalizarmos o estudo sobre o brasão republicano, podemos afirmar em linguagem maçônica, que ele está "justo e perfeito".
Se não vejamos, as rosáceas que se transformarão em estrelas, são as rosáceas do Sephiroth da Cabala.
E as colunas são, Jakin e Boaz, que simbolizam na maçonaria o espírito e a matéria, respectivamente.
Portanto, no verdadeiro brasão republicano a influência da sublime instituição maçônica está presente."

O churrasco

Churrasco bom d+++
Segundo os dicionários, é o assado. Carne assada diretamente sobre as brasas, com ou sem o emprego de espeto.
Segundo Zeno e Rui C. Nunes: “em geral, no churrasco a carne é mal cozida e comida ainda meio sangrenta. É iguaria usada a mais remota antigüidade. Homero, na Ilíada e Virgílio, na Eneida, já se referiram a ela. Chama-se também churrasco, o pedaço de carne a ser assado, mesmo quando ainda cru”.
Uma coisa é certa: o rio-grandense tem uma gastronomia dependente da carne...
Os cortes tradicionais e preferidos da maioria, são a costela, o granito, a picanha, a maminha (chapéu de bispo), a chuleta a alcatra, etc.
O gaúcho, de um modo geral, comia o seu churrasco apenas com farinha de mandioca e pão.
De quando em vez, se houvesse, uma salada de tomate e cebola.
Em seu livro “A Cozinha Gaúcha na História do RS”, Dante de Laytano nos traz uma curiosa receita de churrasco: “abrir na terra um buraco; fazer nele uma fogueira, tirar as brasas e as cinzas e com o grau de calor requerido, por a carne cortada com o couro, virado músculo com músculo e o couro para fora, tudo num invólucro de papel para evitar sujeiras. Tapar o buraco com a terra e fazer outra fogueira por cima; em pouco tempo (l hora, mais ou menos) tem-se cozinhado um churrasco tenro, suculento, especial”.
Mas se o churrasco tem todo esse passado, deve ter um presente cheio de histórias... Na verdade, se uma vez dizíamos que a comida típica do Brasil era a feijoada, podemos assegurar que, em todos os quadrantes do nosso imenso território, o churrasco impera soberano. Desde a confraternização do time de futebol do Nordeste, ao encontro de família no Norte, nas recepções presidenciais, programas de fins de semana em qualquer região do Brasil, está presente o churrasco. Haja vista a quantidade espantosa de churrascarias espalhadas por todo o Brasil e o mundo, em lugares de destaque nas cidades e BRs, por esse Brasil afora.
Feito de mais de uma centena de maneiras diferentes, ele saiu dos galpões e ganhou os hotéis, restaurantes, palácios, o mundo...
Enfim, o churrasco, vale dizer, por muito tempo alimentou o homem que escreveu a história do Rio Grande do Sul... a nossa terra.

Lendas Gaúchas:Quero-Quero


 A Santa Família, na sua fuga do Egito, preferia viajar à noite, para não ser vista pelos soldados do rei Herodes, que andavam à sua procura, para matar menino Jesus.

De dia, sempre que podiam, os fugitivos entravam em alguma gruta da montanha e lá dentro, livres do calor demasiado do sol, descansavam para que, ao anoitecer, recomeçassem sua penosa jornada.
O burrico só faltava falar. Parecia entender o perigo que a Sagrada Família estava correndo. Não empacava, não ornejava, não fazia o menor ruído ao mudar os passos. É que ele sabia, que sua grande missão era conduzir sua divina carga ao salvamento.

Por outro lado, as aves, mesmo as mais afoitas ao canto, mantinham-se em silêncio, ocultas sob o dossel das ramagens. Suas vozes eram tão discretas, não passavam que cochichos e isso mesmo bem abafados, pelo caridoso desejo de não denunciar a presença dos fugitivos. Até os sapos eram como pedras entre as pedras do caminho, as rãs então, eram como folhas verdes entre as folhas verdes que boiavam nas águas mortas. Não era ouvido o seu coaxo característico.

O quero-quero, entretanto, alheio à todos esses acontecimentos, mais parecia um bicho-carpinteiro e não cessava de gritar à altos brados com a sua voz aguda:

- Quero! Quero!......

Mas aquela não era uma boa hora para "tanto querer" e Nossa Senhora e São José, repararam em seu comportamento inoportuno. Ficava parecendo que o peralta da campanha, tão barulhento, fazia o possível para que os soldados, alertados, fossem especular o que estava passando àquela altura na noite naqueles escuros e desertos caminhos...

Para castigo de ser tão inconveniente, o quero-quero acabou ficando cantando daquela maneira para sempre, alertando sem descanso o lugar onde é encontrado.

Dia 05 (cinco) de outubro é comemorado o "Dia da Ave", esses pequenos anjos que são símbolos dos estados superiores do ser e do pensamento.

Para algumas culturas milenares, os pássaros já foram considerados fadas, intermediários entre o mundo humano e divino, espíritos guerreiros reencarnados e algumas vezes, podiam adquirir aspectos de uma Deusa, como da escandinava Freya ou Rainha da ilha de Avalon Morgana, que também se metamorfoseava-se em ave.

No Rio Grande do Sul há um sentinela, um verdadeiro "cão-guardião" do nosso território, que está sempre atento, marchando pelos pampas e que pode prever com antecedência a presença de qualquer intruso: o QUERO-QUERO.

De tanto querer, o quero-quero acabou sendo consagrado como a Ave-Símbolo do Estado gaúcho pela Lei 7418 de 01/12/1980. Mas o pássaro, ainda não satisfeito, continua querendo e, segundo a voz do povo, "querer é poder", hoje é a mais cotada para tornar-se Símbolo Nacional.

A lição que fica da Lenda do Quero-Quero é que deve-se ter muito cuidado com o "querer" demais, pois para o olhar da cobiça, tudo pode ser possuído. A cobiça é uma das forças mais poderosas no mundo ocidental atual. É triste ver que as pessoas muito cobiçosas nunca possam desfrutar do que têm, pois sempre almejam possuir mais. O motor e o plano da cobiça são sempre os mesmos. A alegria é a posse, mas a posse é sempre descontente, tem uma insaciável avidez interior. A cobiça é pungente, porque está sempre obcecada e esvaziada pela possibilidade futura. Entretanto, o aspecto mais sinistro da cobiça é a capacidade de sedar e extinguir o desejo. Ela destrói a inocência natural do desejo, arrasa-lhe os horizontes e substitui-os por uma possessividade compulsiva e atrofiada. É essa cobiça que está atualmente envenenando os homens e a terra, pois o "ter" tornou-se inimigo do "ser". A corrupção em que se encontra envolvida a política nacional é um exemplo claro do que lhes digo.

As riquezas são com razão odiadas por um homem guerreiro, pois um cofre cheio impede a verdadeira glória.
De onde retirei esta lenda

Lendas de Gaúchos: o João de Barro

Contam os índios que, há muito tempo, numa tribo do sul do Brasil, um jovem se apaixonou por uma moça de grande beleza. Melhor dizendo: apaixonaram-se. Jaebé, o moço, foi pedi-la em casamento. O pai dela perguntou:
- Que provas podes dar de sua força para pretender a mão da moça mais formosa da tribo?
- As provas do meu amor! - respondeu o jovem.
O velho gostou da resposta mas achou o jovem atrevido. Então disse:
- O último pretendente de minha fila falou que ficaria cinco dias em jejum e morreu no quarto dia.
- Eu digo que ficarei nove dias em jejum e não morrerei.
Toda a tribo se espantou com a coragem do jovem apaixonado. O velho ordenou que se desse início à prova.
Enrolaram o rapaz num pesado couro de anta e ficaram dia e noite vigiando para que ele não saísse nem fosse alimentado. A jovem apaixonada chorou e implorou à deusa Lua que o mantivesse vivo para seu amor. O tempo foi passando. Certa manhã, a filha pediu ao pai:
- Já se passaram cinco dias. Não o deixe morrer.
O velho respondeu:
- Ele é arrogante. Falou nas forças do amor. Vamos ver o que acontece.
E esperou até até a última hora do novo dia. Então ordenou:
- Vamos ver o que resta do arrogante Jaebé.
Quando abriram o couro da anta, Jaebé saltou ligeiro. Seu olhos brilharam, seu sorriso tinha uma luz mágica. Sua pele estava limpa e cheirava a perfume de amêndoa. Todos se espantaram. E ficaram mais espantados ainda quando o jovem, ao ver sua amada, se pôs a cantar como um pássaro enquanto seu corpo, aos poucos, se transformava num corpo de pássaro!
E exatamente naquele momento, os raios do luar tocaram a jovem apaixonada, que também se viu transformada em um pássaro. E, então, ela saiu voando atrás de Jaebé, que a chamava para a floresta onde desapareceu para sempre
Contam os índios que foi assim que nasceu o pássaro joão-de-barro.
A prova do grande amor que uniu esses dois jovens está no cuidado com que constroem sua casa e protegem os filhotes. E os homens amam o joão-de-barro porque lembram da força de Jaebé, uma força que vinha do amor e foi maior que a morte.
de onde retirei este texto